A Página Arrancada de um Livro
I HAVE A TEAR IN MY SOUL
Dói-me a cabeça de pensar;
Dói-me o coração de amar;
Dói-me a alma de sofrer.
Tenho uma lágrima na alma. Não posso negá-la e não sei como tirá-la, pois só tu podes fazê-lo. Aliás, toda a minha alma é uma lágrima, agora que me deixaste. Entraste como um raio na minha vida, e como um raio, foste directamente ao meu coração, partindo-o, e destruíste-me. Ficaram apenas as recordações, folhas amarelas de Outono caindo como lágrimas, e voando impelidas pelo vento, recordações do que vivemos, tempos felizes e inocentes, dias em que as nuvens se desfaziam em gotas de tranquilidade e alegria que choviam sobre mim. Agora apenas as recordações e as saudades que sinto de ti. Todas as manhãs acordo a pensar em ti. A pensar que não estás mais comigo. A pensar que já não vou passar os dias da minha vida a acordar ao teu lado e a poder ver o teu rosto pela manhã. Tocar a tua pele, os teus cabelos, ver-te abrir os olhos todos os dias, sorrindo para mim. Pensar que nunca mais vou beijar a tua alma e assim matar a sede que a minha sente. Porque sinceramente...? Ainda não consegui esquecer-te. Sinceramente...? Pensei que ia ser mais fácil, sobretudo por já ser a segunda vez que passo por isto. Mas continua a ser difícil, apesar de não se comparar de maneira nenhuma à dor de um primeiro desgosto de um primeiro amor. Porque acredites ou não, eu amei-te tanto quanto me foi possível. Talvez não fosse suficiente para ti e talvez estejas desiludida comigo por esperares mais ajuda da minha parte. Fiz tudo o que sabia e podia e nunca achaste suficiente.
Contudo, eu amei-te. Mais do que possas algum dia vir a saber. Mais do que possas algum dia acreditar. Talvez mais do que alguma vez venha a amar outra pessoa. Infelizmente, apesar de todo o apoio que te dei nos momentos difíceis, parece que não consegui fazer o suficiente para o perceberes; para ti as minhas demonstrações não eram válidas e tu começaste a pensar que eu tinha mais amor aos objectos e às coisas do que a ti. O apoio, o carinho, as páginas rasgadas dos livros, os poemas, aqueles quatro meses e o respectivo regresso (achas mesmo que te deixaria regressar se não te amasse? Achas que mais alguma vez na vida vais encontrar alguém que te deixe regressar? Estás tão enganada...) e todas as outras coisas sem fim que não me lembro pois já se perderam no tempo. Deveria ter-te dito mais vezes o que sentia por ti. Todos os dias. Todas as horas. Todos os minutos. Todos os segundos. E se calhar, quando o disse não ouviste bem. Deveria ter gritado. Gritado alto para todo o mundo ouvir. Deveria ter dito ao vento, deveria ter escrito na superfície da água para que permanecesse para sempre a certeza de que um dia te amei. Mas não o fiz, e tu pensaste que eu não te amava. Mais uma vez te digo: se soubesses...
Mas tu não sabes. Não queres saber. Houve um tempo em que quiseste, mas por uma razão ou por outra, deixaste de querer saber. Talvez porque não tenho ambições, talvez porque tivesse havido demasiada rotina, talvez porque sou bruto; afinal ninguém é perfeito, não acredites nisso. Certa vez perguntaste-me porquê. Porque sou assim? Somos o que somos e cada um é como é; nem mais nem menos. Ninguém é perfeito. Mas nas tuas próprias palavras fui um dos seres mais queridos que já conheceste, um anjo que te estendeu a mão. Há igualmente quem sempre tenha dito e há quem diga cada vez mais bem de mim. Será que essas pessoas estão erradas? Ou se calhar és tu que (já) não estás certa. Talvez porque deixaste de sentir por mim aquilo que eu quero acreditar que realmente sentiste um dia. Aquilo que fazia brilhar os teus olhos cor de mel quando me olhavas nos meus. Esse teu olhar era algo verdadeiro que vinha de dentro de ti, do teu coração. Aquecia-me a alma. Eu poderia ganhar vida apenas através dele, bastava tu quereres. Mas desapareceu. E o pior de tudo é que sei quando e porquê. Mas agora isso não é importante. O que importa realmente é que me tenho sentido muito mal sem ti. Sem apetite, sem sono, mal disposto. O meu estômago não quer aceitar comida e o meu coração desfaz-se todos os dias. E não digo isto para teres pena de mim, mas para que saibas que te amei.
Sim, eu sei que fui e sou egoísta. Mas amo-te e queria-te só para mim. As estrelas escreveram nas nuvens que o céu nos fizera um para o outro. Então porquê? Porque andámos tanto tempo à deriva, duas penas levadas pelo vento, afastadas durante tanto tempo, em vez de voarem uma para a outra? Acabámos por nos encontrar, mas era mesmo necessário um desvio tão grande? Foi dessa maneira que nos fizemos quem somos e se assim não fossemos, talvez nunca nos cruzássemos e o nosso amor nunca ganhasse vida. Mas... porquê assim? Não sei. Não sei sequer se o próprio destino poderá alguma vez responder. Afinal, o destino nunca amou.
O céu nem sempre é azul, o sol nem sempre brilha, mas eu continuo o mesmo. Posso ter atitudes não coincidentes, mas nem os anjos são perfeitos. O anjo que fui ainda sou, nunca deixei de o ser. Tu é que deixaste de ver isso, talvez por estares demasiado perto. O Sol vai continuar a nascer, a brilhar e a pôr-se, a lua vai continuar prateada, as estrelas continuarão no firmamento e eu vou continuar a ser eu. Mas tu deixaste de ser quem um dia foste. Aquela que com um olhar tocou o meu coração, que chegou ao fundo da minha alma, que única e verdadeiramente fez viver o meu ser. A menina inocente dos doces sonhos de infância. A minha “domnizele”, cujos olhos sorriam quando me viam. Ou que por alguma razão choravam por mim. Sei que nunca deveria tê-los feito chorar, mas eles choraram porque amavam os meus. Afinal, é isso o amor. A domnizele que pediu um desconto por já ter sofrido muito e que queria construir um futuro a meu lado e me fez acreditar que tal era possível. Que chorou quando lhe escrevi um poema e disse que era a primeira vez que lhe tinham dado um. Essa domnizele desapareceu.
Contudo, e independentemente das razões que tenhas tido, pergunto-me porque nos conhecemos nós? Para que demos nós passos em direcção um ao outro, se essa era a direcção errada? Para aprender algo? Para ganhar forças e conhecimento para percebermos quanto vamos gostar da pessoa que encontremos numa próxima relação que cada um de nós venha a ter? Para sofrer? Para receber dos céus um sinal que nunca mais conseguiremos repetir enquanto formos vivos?Seja como for, nada disto interessa agora. És feliz e isto não é um filme ou um livro em que bastaria eu dizer algo profundo ou fazer algo grandioso e louco para tu voltares para mim. E talvez assim seja melhor. Deixemo-nos ficar apenas com o fetiche que há quem diga termos um pelo outro. Até porque nem sei se algum dia chegarás a ler esta carta. A finalidade dela não é essa. É apenas eu desabafar comigo, contigo, dizer tudo o que ficou por dizer. Não olho para trás e contudo morro com cada passo que dou. E dói com cada batimento do coração.
Dói-me a cabeça de pensar;
Dói-me o coração de amar;
Dói-me a alma de sofrer.
Tenho uma lágrima na alma. Não posso negá-la e não sei como tirá-la, pois só tu podes fazê-lo. Aliás, toda a minha alma é uma lágrima, agora que me deixaste. Entraste como um raio na minha vida, e como um raio, foste directamente ao meu coração, partindo-o, e destruíste-me. Ficaram apenas as recordações, folhas amarelas de Outono caindo como lágrimas, e voando impelidas pelo vento, recordações do que vivemos, tempos felizes e inocentes, dias em que as nuvens se desfaziam em gotas de tranquilidade e alegria que choviam sobre mim. Agora apenas as recordações e as saudades que sinto de ti. Todas as manhãs acordo a pensar em ti. A pensar que não estás mais comigo. A pensar que já não vou passar os dias da minha vida a acordar ao teu lado e a poder ver o teu rosto pela manhã. Tocar a tua pele, os teus cabelos, ver-te abrir os olhos todos os dias, sorrindo para mim. Pensar que nunca mais vou beijar a tua alma e assim matar a sede que a minha sente. Porque sinceramente...? Ainda não consegui esquecer-te. Sinceramente...? Pensei que ia ser mais fácil, sobretudo por já ser a segunda vez que passo por isto. Mas continua a ser difícil, apesar de não se comparar de maneira nenhuma à dor de um primeiro desgosto de um primeiro amor. Porque acredites ou não, eu amei-te tanto quanto me foi possível. Talvez não fosse suficiente para ti e talvez estejas desiludida comigo por esperares mais ajuda da minha parte. Fiz tudo o que sabia e podia e nunca achaste suficiente.
Contudo, eu amei-te. Mais do que possas algum dia vir a saber. Mais do que possas algum dia acreditar. Talvez mais do que alguma vez venha a amar outra pessoa. Infelizmente, apesar de todo o apoio que te dei nos momentos difíceis, parece que não consegui fazer o suficiente para o perceberes; para ti as minhas demonstrações não eram válidas e tu começaste a pensar que eu tinha mais amor aos objectos e às coisas do que a ti. O apoio, o carinho, as páginas rasgadas dos livros, os poemas, aqueles quatro meses e o respectivo regresso (achas mesmo que te deixaria regressar se não te amasse? Achas que mais alguma vez na vida vais encontrar alguém que te deixe regressar? Estás tão enganada...) e todas as outras coisas sem fim que não me lembro pois já se perderam no tempo. Deveria ter-te dito mais vezes o que sentia por ti. Todos os dias. Todas as horas. Todos os minutos. Todos os segundos. E se calhar, quando o disse não ouviste bem. Deveria ter gritado. Gritado alto para todo o mundo ouvir. Deveria ter dito ao vento, deveria ter escrito na superfície da água para que permanecesse para sempre a certeza de que um dia te amei. Mas não o fiz, e tu pensaste que eu não te amava. Mais uma vez te digo: se soubesses...
Mas tu não sabes. Não queres saber. Houve um tempo em que quiseste, mas por uma razão ou por outra, deixaste de querer saber. Talvez porque não tenho ambições, talvez porque tivesse havido demasiada rotina, talvez porque sou bruto; afinal ninguém é perfeito, não acredites nisso. Certa vez perguntaste-me porquê. Porque sou assim? Somos o que somos e cada um é como é; nem mais nem menos. Ninguém é perfeito. Mas nas tuas próprias palavras fui um dos seres mais queridos que já conheceste, um anjo que te estendeu a mão. Há igualmente quem sempre tenha dito e há quem diga cada vez mais bem de mim. Será que essas pessoas estão erradas? Ou se calhar és tu que (já) não estás certa. Talvez porque deixaste de sentir por mim aquilo que eu quero acreditar que realmente sentiste um dia. Aquilo que fazia brilhar os teus olhos cor de mel quando me olhavas nos meus. Esse teu olhar era algo verdadeiro que vinha de dentro de ti, do teu coração. Aquecia-me a alma. Eu poderia ganhar vida apenas através dele, bastava tu quereres. Mas desapareceu. E o pior de tudo é que sei quando e porquê. Mas agora isso não é importante. O que importa realmente é que me tenho sentido muito mal sem ti. Sem apetite, sem sono, mal disposto. O meu estômago não quer aceitar comida e o meu coração desfaz-se todos os dias. E não digo isto para teres pena de mim, mas para que saibas que te amei.
Sim, eu sei que fui e sou egoísta. Mas amo-te e queria-te só para mim. As estrelas escreveram nas nuvens que o céu nos fizera um para o outro. Então porquê? Porque andámos tanto tempo à deriva, duas penas levadas pelo vento, afastadas durante tanto tempo, em vez de voarem uma para a outra? Acabámos por nos encontrar, mas era mesmo necessário um desvio tão grande? Foi dessa maneira que nos fizemos quem somos e se assim não fossemos, talvez nunca nos cruzássemos e o nosso amor nunca ganhasse vida. Mas... porquê assim? Não sei. Não sei sequer se o próprio destino poderá alguma vez responder. Afinal, o destino nunca amou.
O céu nem sempre é azul, o sol nem sempre brilha, mas eu continuo o mesmo. Posso ter atitudes não coincidentes, mas nem os anjos são perfeitos. O anjo que fui ainda sou, nunca deixei de o ser. Tu é que deixaste de ver isso, talvez por estares demasiado perto. O Sol vai continuar a nascer, a brilhar e a pôr-se, a lua vai continuar prateada, as estrelas continuarão no firmamento e eu vou continuar a ser eu. Mas tu deixaste de ser quem um dia foste. Aquela que com um olhar tocou o meu coração, que chegou ao fundo da minha alma, que única e verdadeiramente fez viver o meu ser. A menina inocente dos doces sonhos de infância. A minha “domnizele”, cujos olhos sorriam quando me viam. Ou que por alguma razão choravam por mim. Sei que nunca deveria tê-los feito chorar, mas eles choraram porque amavam os meus. Afinal, é isso o amor. A domnizele que pediu um desconto por já ter sofrido muito e que queria construir um futuro a meu lado e me fez acreditar que tal era possível. Que chorou quando lhe escrevi um poema e disse que era a primeira vez que lhe tinham dado um. Essa domnizele desapareceu.
Contudo, e independentemente das razões que tenhas tido, pergunto-me porque nos conhecemos nós? Para que demos nós passos em direcção um ao outro, se essa era a direcção errada? Para aprender algo? Para ganhar forças e conhecimento para percebermos quanto vamos gostar da pessoa que encontremos numa próxima relação que cada um de nós venha a ter? Para sofrer? Para receber dos céus um sinal que nunca mais conseguiremos repetir enquanto formos vivos?Seja como for, nada disto interessa agora. És feliz e isto não é um filme ou um livro em que bastaria eu dizer algo profundo ou fazer algo grandioso e louco para tu voltares para mim. E talvez assim seja melhor. Deixemo-nos ficar apenas com o fetiche que há quem diga termos um pelo outro. Até porque nem sei se algum dia chegarás a ler esta carta. A finalidade dela não é essa. É apenas eu desabafar comigo, contigo, dizer tudo o que ficou por dizer. Não olho para trás e contudo morro com cada passo que dou. E dói com cada batimento do coração.